Setembro Amarelo e a urgência de cuidar da saúde mental no serviço público 🌻

Setembro Amarelo e a urgência de cuidar da saúde mental no serviço público 🌻

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A saúde mental no Brasil vive um momento crítico, especialmente no setor público, onde a pressão por resultados, a sobrecarga de trabalho e a falta de reconhecimento aprofundam crises silenciosas. Dados recentes revelam que os afastamentos por transtornos mentais cresceram 28% no primeiro trimestre de 2025, com a ansiedade respondendo por 90% dos casos.

No serviço público municipal, esse cenário é agravado por jornadas exaustivas, recursos insuficientes e a complexidade de lidar com demandas sociais urgentes. Como representantes dos Servidores, nós não podemos ignorar que 38 brasileiros tiram suas vidas diariamente, e muitos são trabalhadores que deixaram de acreditar na possibilidade de cuidado e apoio.

ALERTA

Os números são alarmantes: o Ministério da Previdência registrou 470 mil afastamentos por transtornos mentais em 2024, um aumento de 68% em relação ao ano anterior. No mundo, o suicídio é a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, e as Américas enfrentam uma tendência crescente contrariando o declínio global. No setor público, onde a responsabilidade é grande e os recursos muitas vezes escassos, servidores estão expostos a fatores psicossociais como assédio, pressão hierárquica e falta de autonomia – ISSO VULNERABILIZA sua saúde mental. É urgente transformarmos esse panorama por meio de políticas concretas e empatia institucional.

Reconhecendo essa necessidade, o o Sindicato promove no dia 18 de setembro a 2ª edição do “Setembro Amarelo com o Sinseri – VOCÊ NÃO ESTÁ SÓ!”. O evento, presencial no Centro Municipal de Avaliação Educacional, vai oferecer palestras com especialistas e espaço para diálogo aberto, reforçando o compromisso com a vida e a saúde mental dos trabalhadores. Iniciativas como essa são essenciais para romper o estigma e mostrar que buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas um ato de coragem.

UM PASSO DE CADA VEZ

Além da conscientização, é fundamental que gestores públicos implementem ações contínuas. A Norma Regulamentadora NR-1 já inclui a gestão de riscos psicossociais, mas precisamos ir além: criar canais de escuta ativa, promover flexibilidade laboral com responsabilidade e garantir acesso a tratamentos de qualidade. Programas de apoio psicológico integrados à rotina institucional, como os destacados pela Campanha Setembro Amarelo, podem reduzir custos bilionários com afastamentos – que chegam a R$ 400 bilhões anuais no Brasil – e, mais importante, salvar vidas.

Como líder sindical e secretária de Assuntos da Mulher Servidora Pública, defendo a equidade de gênero como pilar indissociável dessa luta. Mulheres Servidoras enfrentam duplas jornadas e discriminações que agravam seu desgaste mental. Suas vozes devem ser centrais nas políticas de saúde ocupacional. A Fesspmesp, em parceria com Sindicatos como o Sinseri, tem a responsabilidade de ampliar essa discussão, garantindo que nenhuma Servidora seja invisibilizada em seu sofrimento.

O lema “Se precisar, peça ajuda!” deve ecoar não apenas no Setembro Amarelo, mas todos os dias. A vida de quem serve ao público é nosso maior patrimônio, e cuidar dela é um dever ético e institucional. Juntos, podemos transformar o silêncio em esperança e o sofrimento em resiliência.

Clícia Mara Silva Damaceno é presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Itaquaquecetuba e secretária de Assuntos da Mulher Servidora Pública da Fesspmesp (Federação dos Sindicatos dos Servidores Municipais do Estado de São Paulo).

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